quinta-feira, 27 de junho de 2013

IEIA, proposta educativa


República DE ANGOLA

MINISTÉRIO  DO ENSINO SUPERIOR CIÊNCIA E TECNOLOGIA

     INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO CATÓLICO DE  BENGUELA

 

 

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

 

 

TRABALHO DE HISTÓRIA DA PEDAGOGIA

 

 

 

TEMA:

IGREJA  EVANGÉLICA DOS IRMÃOS EM ANGOLA (IEIA), SUA CONTRIBUIÇÃO NO RAMO DA EDUCAÇÃO

 

 

 

 

 

 

Elementos Do Grupo:

1.      Cecília Ndombwela

2.      Claudina Da Conceição F. Ernesto

3.      Helena Joana Chipepi

4.      Marieta Malesso

5.      Rosa Nana Arnaldo

6.      Suzana Ngueve De Carvalho

 

 

 

Docente

Mestre António Jinja

 

 

 

 

 

Lobito, Setembro de 2012

INSTITUTO SUPERIOR  POLITÉCNICO CATÓLICO DE BENGUELA

 

 

DEPARTAMENTO  DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

 

 

TRABALHO DE HISTÓRIA DA PEDAGOGIA

 

 

 

TEMA:

IGREJA  EVANGÉLICA DOS IRMÃOS EM ANGOLA (IEIA), SUA CONTRIBUIÇÃO NO RAMO DA  EDUCAÇÃO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Elementos do Grupo:

1.Cecília Ndombwela

2. Claudina Da Conceição F. Ernesto

3.Helena Joana Chipepi

4.Marieta Malesso

5. Rosa Nana Arnaldo

6. Suzana Ngueve De Carvalho

 

 

 

 

 

 

 

Docente

Mestre António Jinja

 

 

 

Lobito, Setembro de 2012

 

Agradecimentos

 

Á Deus pelo  dom da vida,sabedoria e inteligencia,ao mestre António Jinja incentivador do saber.

Agradecemos também ao Pastor Hermenegildo Kâmbua Da Costa Pinto,homen de visão admirável que desde a primeira hora colocou os seus recursos em favor da nossa formação.

Aos nossos famíliares e amigos pelo apoio incondicional que nos têm dado, o nosso reconhecimento.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dedicatória

 

Dedicamos o nosso trabalho  especialmente ao Pastor Hermenegildo Kâmbua Da Costa Pinto, pela dedicação  e paciência e por nos ter ajudado incondicionalmente, aos nossos famíliares e amigos, que tudo têm feito para tornar possível o sonho de nos ver formados.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pensamento

 

 

“O missionário, consciente da sua chamada, só tem uma escolha: “ir”, seja homen ou mulher, venha a vida ou a morte”

 

 

 

 

Frederick Arnot

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ÍNDICE

 

1.Capítulo I INTRODUÇÃO...............................................................6

2.CAPÍTULO II DESENVOLVIMENTO..........................................7

2.1LISTA DE ABREVIATURAS.........................................................7

2.2 A influência de David Livingstone..................................................8

2.3As Principais Missões da Igreja dos Irmãos...................................9

2.3 Missão de Chilonda.........................................................................9

2.4 Missão de Hualondo.......................................................................10

2.5 Missão de Kapango........................................................................11

2.5 Missão de Chitau............................................................................11

2.5 Missão de Monte Esperança.........................................................11

2.6 Novas Metodologias.......................................................................12

2.6 Missão de Chitutu..........................................................................12

2.7 Missão de Kavungo........................................................................13

2.8 Missão de Kazombo.......................................................................14

2.9 Missão de Kalundo.........................................................................15

3.1 Missão de Luonze...........................................................................16

3.2 Missão de Boma.............................................................................17

3.3 Missão de Luma Cassai.................................................................18

3.3 Missão de Biula..............................................................................18

3.4 Missão de Chiumbwe e Peso.........................................................19

3.4 Missão de Nhama Camundambala...............................................19

3.5 Factores da Rápida implementação de Igrejas...........................20

4. Conclusão.......................................................................................21

4-1 Biblíografia..................................................................................22

4.2 Anexos............................................................

Capítulo I

 

Introdução

 

 

 

 

  125  anos o movimento dos irmãos chegou á  Angola, trazido  por Frederick Stanleiy  Arnot. As principais marcas das assembleias dos irmãos:

1. Um compromisso sério com a palavra de Deus, dsde os seus primórdios foi sendo conhecida como a Igreja da palavra.

2.Compromisso profundo com missões.É das denominações que mais missionarios ja mandou para todo mundo. O movimento dos irmãos esta presente em mais de cem países do mundo incluindo regiões dificeis como Israel , Iraque, China, Índia.

3. A execelência no ensino muitos pregadores e professores teologos internacionalmemte conhecidos tém suas raízes no movimento dos irmãos, muitos destes constituem hoji pilares humanos de diferentes denominações.

 

4. A autonomia eclesiastica e estilo de liderança plural, mesmos que estes sejam principios também defendidos por outras denominações constitui uma marca forte das assembleias dos irmãos.

 

O movimento dos irmãos chegou em Angola em 1884, por intérmedio do jovem Frederick Stanleye,devido ao acordo Committe que destribuía áreas de responsablidades às diferentes denominações Evangélica, os Irmãos ficaram com parte de Malanje e todo o leste do país.

Desde a sua  fundação conheceu város periódos: O periódo missionário de  1884 a 1975, considerado o periódo de alicerçamento, ficou marcado pelo estabelecimento de 16 estações missionárias e mais de 90 igrejas locais, os missionários eram provenientes de diversos países, as missões eram totalmente autonomas mesmo que existisse certa cooperação entre elas.

Periódo pós missionário de 1975 a 1992 foi marcado pela saída inesperada dos missionários por força das guerras de libertação nacional, a igreja dos irmãos foi reconhecida em 1992  (DECRETO EX. 14/92 de 10 de Abril), surgindo a então a comissão Executiva nacional, actual Secretáriado Geral. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPÍTULO II

               

Desenvolvimento

 

LISTA DE ABREVIATURAS

 

IEIA – Igreja Evangélica dos Irmãos em Angola.

EBE – Escola Bíblica Emaus

N.T. – Novo Testamento

CMML – Christian Mission in Many Lands

FAMON – Fundo de Apoio a Missões e Obreiros Nacionais

RDC – República Democrática do Congo

ISTEL – Instituto Superior de Teologia Evangélica no Lubango

MPLA – Movimento Popular de Libertação de Angola

IECA – Igreja Evangélica Congregacional em Angola

IESA – Igreja Evangélica Sinodal em Angola

AEA – Aliança Evangélica de Na

 

III – PERÍODO MISSIONÁRIO EM ANGOLA

 

3.1 - Área de Responsabilidade Evangelística

 

 

 


Fig. 4 Mapa etnolinguístico extraído do livro Angola: Povos e Línguas. As estrelas assinalam os três principais grupos nos quais foram implantadas igrejas dos irmãos.

 

 

Em parte por força do acordo comity, o movimento dos irmãos ocupou-se de levar o evangelho principalmente na região central do Bié, onde teve a sua origem, na região Leste, que compreende as províncias do Moxico, Lundas Norte e Sul e na região Sudeste de Malange.

 

O acordo comity “era a divisão do território e atribuição de esferas de ocupação incluindo a delimitação de fronteiras, por um lado, e a não interferência nos assuntos dos outros, por outro.”

 

Assim, três povos estavam dentro da esfera de atribuição dos irmãos, como sendo os Umbundu, no Bié, os Ngangela no Moxico e os Lunda - Tchokwe, no Moxico e nas duas Lundas. Outros subgrupos foram também abrangidos, como sendo os Luvale, na ponta leste do Moxico, os Bángala, entre Malange e a Lunda Norte, os Songo, na parte Sudeste de Malange e outros.

 

 

2.2- A Influência de David Livingstone

 

Na África Austral, mais concretamente em Angola, o movimento dos irmãos só chegou cinquenta anos após o seu início na Inglaterra e Irlanda, com a vinda de Frederik Stanley Arnot, impulsionado pelas grandes descobertas de David Livingstone.

 

David Livingstone nasceu na Escócia em 1813. Apesar de não ter tido desde cedo a oportunidade de ingressar na escola, devido a pobreza de seus pais, Livingstone era amante da leitura e pelo auto - didatismo chegou a adquirir cultura regular, de tal forma que conseguiu mais tarde a admissão para a universidade de Glasgow, sem grandes dificuldades.

 

Devido a guerra do ópio não conseguiu ir à China como era sua pretensão, pelo que decidiu ir para África, encorajado por Robert Moffat.

 

Antes de partir, recebeu seu diploma de médico. Em 1841 chegou à cidade do Cabo. Depois de dois anos de aprendizagem sob orientação de Moffat, que veio a ser mais tarde seu sogro, Livingstone caminhou cerca de trezentos quilómetros até Mabotsa, onde fundou uma missão. Naquelas áreas fez algumas conversões e realizou famosas jornadas que lhe deram nome.

 

3.1.1 - Frederic S. Arnot

 

Frederic Stanley Arnot, o missionário pioneiro do movimento dos irmãos em Angola, nasceu na Escócia em 1858, precisamente na altura em que Livingstone regressara à Inglaterra para suas conferências e cresceu na vila de Hamilton, a cidade onde vivia Livingstone e sua família. Nesta cidade Arnot teve a oportunidade de conhecer o Dr. Livingstone, aos nove anos de idade, isto é em 1867. Neste contacto, tomou conhecimento da amargura do tráfico de escravos e da cegueira espiritual de muitos africanos. Assim, se dispôs a ir à África quando fosse adulto, para, segundo ele, ajudar Livingstone em seu trabalho.

 

No princípio de 1884, Arnot visitou pela primeira vez Angola, na tentativa de encontrar caminho para Garenganze, actual Shabá, R.D.C, onde pretendia estabelecer uma base missionária. Em Janeiro deste ano, durante a sua caminhada, encontrou-se com o comerciante português Silva Porto (o fundador da província do Bié). Nesta altura Arnot encontrava-se em tão mau estado de saúde que Silva Porto o persuadiu a juntar-se à sua caravana e a acompanhá-lo ao Bié onde chegaram no mês de Julho.

 

Arnot era uma pessoa simpática e de fácil comunicação. Por causa do seu carácter, desenvolveu simpatia com várias personalidades influentes da época

Como resultado desta incursão diplomática o rei com muitos rogos e pedidos de desculpas solicitou que os missionários regressassem, ao Bailundo, o que aconteceu alguns meses depois.

 

Foi assim que, aos 9 de Maio de 1889 Arnot estava de regresso a Angola, trazendo consigo um grupo de 13 missionários. Pouco depois da sua chegada à Benguela, um dos elementos do grupo, o Sr. Robert John Johnstone, faleceu, tendo sido enterrado no cemitério de Benguela, aos 7 de Agosto de 1889. Os outros prosseguiram a viagem para o interior, caminhando a pé, expostos ao sol ardente, enfrentando perigos de serpentes, e outros animais ferozes. A viagem era muito demorada e cansativa. Por esta causa, várias doenças atacavam os elementos do grupo e, como consequência, aos 19 de Outubro mais dois do grupo morreram, nomeadamente os irmãos Thomas Morris e R. B. Gall.

 

 

Assim, quando o segundo grupo de missionários chegou a Angola as portas estavam “abertas” para um trabalho com maior liberdade, ainda que na prática não faltavam alguns desentendimentos com as autoridades, fundamentalmente por instigação dos líderes católicos. Seja como for, este veio a ser um factor dinamizador para a implantação das missões dos irmãos.


 

Fig. 5 - Mapa Ilustrativo da disposição geográfica das missões dos irmãos

 

 

3.2 – As principais Missões  Fundadas pelas Igrejas dos Irmãos e sua Contribuições na área da Educação

 

2.3 - A Missão de Chilonda.

 

De entre o pessoal missionário que existia nesta missão nos anos 60 se contavam o seu director, o irmão Donald Cole, de nacionalidade americana, uma professora em assuntos bíblicos, canadiana de nacionalidade, uma professora diplomada de nacionalidade inglesa e duas enfermeiras parteiras diplomadas, também de nacionalidade inglesa.  

 

Nesta missão também se encontravam a trabalhar três professores angolanos, dos quais um estava habilitado a trabalhar com o ensino primário e dois com o ensino de adaptação. Havia ainda sete monitores, que ministravam o ensino rural e matérias bíblicas.

 

Esta missão tinha três centros escolares, localizados em Chilonda, Canguengo (Vouga) e Chingango, num total de 25 salas de aulas, para além de mais cerca de noventa e quatro catequeses (Pontos de pregação). A acção evangelística desta missão se estendia aos conselhos do distrito de Bié, Vouga, Andulo, Nhareia, Camakupa e Nova Sintra.

 

Para facilitar o acesso a estacão missionária foram feitas, com a ajuda dos nativos, estradas que ligavam todas as aldeias com a missão, num raio de 25 Km. Nesta região, os pais mostravam grande interesse pela alfabetização dos filhos e muita simpatia por esta missão, que exercia uma intensa acção catequética, divulgando a doutrina através de pregações e folhetos que eram lidos e interpretados por “catequistas” ou pregadores com longa experiência, que trabalhavam sem qualquer remuneração.

 

Em cerca de vinte sanzalas haviam escolas infantis pré – primárias. O grande interesse pela formação dos filhos, aliado ao facto de se ter investido fortemente na componente educação nesta missão, reflecte-se hoje, no facto de que grande parte dos crentes escolarizados e com uma certa formação, dentro do movimento dos irmãos, ser originária desta missão ou de outras próximas. Foi a partir deste trabalho que mais tarde foram enviados alguns alunos para se formar nas escolas do Dondi e Caluquembe, onde eram oferecidos cursos mais especializados e muito mais profundos. Por este motivo, Chilonda é uma referência obrigatória, quando se quer falar de formação de quadros no movimento dos irmãos.

 

Para além destas áreas, Chilonda era também um exemplo na formação profissional, ministrando aulas sobre agricultura, com uma componente prática muito forte, pois possuía um pomar muito bem cuidado, que servia de modelo. Em 1964 construíram-se novos edifícios em Canguengo e Chilonda com o intuito de preparar carpinteiros, ferreiros e pedreiros.

 

O templo erguido na missão era bastante grande, comportando cerca de 800 pessoas e quase sempre estava cheio, principalmente em dias especiais. O número de membros controlados pela missão em 1955 era estimado em 5500, sem incluir os catecúmenos.

 

 

2.4 - A Missão de Hualondo

 

Hualondo fazia parte do posto do Dondeiro, conselho de Andulo. Esta missão foi fundada em 1895, pelo irmão Murrain e sua esposa, que haviam chegado de Demerara, uma localidade da Jamaica. Eles rapidamente aprenderam a língua umbundu, porque seus ancestrais eram da África Central e na área onde viviam, havia várias pessoas de origem africana, que dominavam as línguas Luimbi, umbundu e Lunda.

 

Esta missão chegou a ter em 1958, 8 sucursais, 48 pontos de pregação, 23 professores indígenas e 48 catequistas. Infelizmente em 1959 o director desta missão, canadiano de nacionalidade, saiu do país, deixando o trabalho com um nacional e, imediatamente, a acção desta missão que chegou a ser muito importante com escolas activas, serviços de enfermagem e um número acentuado de fiéis decaiu e houve uma acelerada regressão do seu impacto naquela área. Devido às razões acima citadas as outras missões não vieram em socorro desta que estava em clara decadência.

 

 

2.5 - A Missão de Kapango

 

. A missão de Capango chegou a ter no final dos anos 50, início da década de 60 cerca de seis missionários estrangeiros: Um director (Irlandês); uma enfermeira; um director da escola da sede (Inglês); uma professora canadiana, que falava muito bem o português; um instrutor de agricultura (Inglês) e uma professora de lavores femininos e parteira (inglesa).

 

Esta missão tinha uma posição importante na região, a julgar pelas catorze igrejas locais e suas sessenta filiais, que surgiram ao seu redor, aonde funcionavam postos escolares, mais de metade dos quais com ensino para nativos. Estes postos eram servidos por missionários estrangeiros, por professores e por cerca de quarenta catequistas. Apesar disso, havia pouco interesse pela escolarização, por parte dos alunos e dos seus pais.

 

Esta missão possuía ainda um dispensário onde eram tratados alguns leprosos, doentes graves e parturientes, dispondo para este efeito de duas camas. A população nativa via nestes serviços uma grande ajuda e só no ano de 1955 foram realizados cerca de 7800 tratamentos.

 

 

2.5 - A Missão de Chitau

 

Chitau foi a próxima base, estabelecida pelo Sr. John Edwin Bodaly, de origem canadiana, em 1920. O seu pessoal era composto por canadianos (o director, o subdirector, um superintendente e as esposas do primeiro e do último, ambas com conhecimentos de enfermagem). Tinha também uma professora diplomada e alguns monitores catequistas, todos de origem portuguesa.

 

Quanto a sua extensão, esta missão tinha três sucursais em Samiamba, Liassapa e Vipupo, uma escola na sede e postos escolares nessas povoações, nos quais trabalhavam 3 professores recrutados localmente. Possuía para além disso outros quarenta pontos de pregação, dirigidos por catequistas.

 

Devido a sua forte inclinação para os trabalhos de agricultura, esta missão era acusada de pouco interesse no doutrinamento, ou catequese, como era chamada naquela altura. Os alunos cultivavam milho, feijão, soja, mandioca, ginguba, hortaliças, batata, etc. Em 1959 registava cerca de 3000 fiéis.

 

 

2.5 - A Missão de Monte Esperança

 

Esta missão era dirigida por um missionário canadiano, ajudado por sua esposa. Possuía um médico e um enfermeiro também canadianos bem como uma professora portuguesa. Tinha uma escola destinada ao ensino de adaptação e primário, registando em 1957 cerca de 50 alunos. Os alunos aqui estudavam até a terceira classe, sendo depois encaminhados para Chilonda para concluir a quarta classe.

 

Logo, se pode depreender que o número de fiéis era bastante expressivo. O director da missão era médico e percorria as sanzalas, fazendo tratamentos, ensinando higiene e a Palavra de Deus. Na missão ensinava-se também carpintaria, agricultura, artes e ofícios, costura e havia uma escola aonde se ensinava aos nativos as formas de combate à lepra.

 

 

2.6 - Novas Metodologias

 

Esta rápida expansão deveu-se ao facto de os missionários terem adoptado um ministério itinerante, pregando, ensinando, ajudando os enfermos e ensinando as crianças.

 

No entanto, o decreto 77 do governo português, fez com que os missionários mudassem de estratégias. Neste decreto, o governo português exigia que as missões se preocupassem mais com a área social, principalmente com o ensino, em português. No entanto, somente catequistas credenciados pelas autoridades estavam autorizados a dar aulas e para o efeito precisavam passar por rigorosos exames orais e escritos, obtendo, no caso de passarem, uma credencial.

 

Por este facto, os missionários viram-se impulsionados a apostar mais na área da saúde e da educação, o que lhes retirava o tempo necessário para as andanças antes empreendidas. No entanto, por meio das obras sociais que começaram a ser erguidas, muitas pessoas outrora não alcançáveis começaram a ser atingidas com o evangelho, pois as suas necessidades os punham em contacto com os missionários ou com o pessoal a eles ligados.

 

As missões também se preocuparam com a tradução da Bíblia. Em todas as missões, partes da Bíblia foram traduzidas para as línguas ou dialectos locais. Não era um trabalho organizado e bem estruturado, mas, a sociedade bíblica do Canadá e um grupo de tradutores americanos deram a sua ajuda.

 

Devemos lembrar que este foi um período em que a tradução se tornou uma especialização das missões, com o surgimento da linguística, onde organizações como o Instituto Linguístico de Verão (ILV) e Associação Wicliff para a Tradução da Bíblia (AWTB) se constituíram na mola impulsionadora para o progresso na área da tradução.

 

 

2.6 - A Missão de Chituto

 

Foi precisamente em 1923 que o irmão Ernest Wilson se entregou para servir ao Senhor em Angola. Depois de ter aprendido umbundu na missão de Hualondo, em Abril de 1925 foi para o território dos bângala, na companhia do irmão Lance Adcock e, de regresso, passaram por Chituto, onde um oficial português o convidou para lá trabalhar. Assim, Wilson tinha de aprender a língua chokwe já que em Chituto predominavam as línguas umbundu e chokwe, e, para tal efeito, em Dezembro de 1926 deixou o Bié e foi para Luma - Cassai. Em Março de 1927, na companhia de 13 nacionais da tribo chokwe, Wilson foi para Chituto, município de Quirima, onde construiu uma casa.

2.7 - A Missão de Kavungo

 

Na região do Alto Zambeze o evangelho chegou bem cedo, pois, como já narramos, a amizade desenvolvida entre Arnot e a rainha Nana Candundo, criou certas facilidades e, naquele local, foi fixada uma missão, que servia de trânsito entre Bié e a República do Zaíre.

A primeira missão da região foi Cavungo, situada a cerca de 360 Km da Vila Luso, actual Luena.

 

Em Outubro de 1891, o irmão Arnot apresentou os irmãos Bird e Fritz à rainha e depois de cumprirem um ritual exigido por ela, receberam autorização de lá ficar, tendo-se acampado durante três meses debaixo de uma árvore.

 

Em 1894, o Dr. Fisher e sua esposa chegaram para ajudar. Pouco tempo depois, os filhos do casal Bird e mais tarde uma das filhas do casal Fisher acabaram por falecer como consequência das frequentes doenças por que passaram, tendo sido enterrados debaixo da árvore aonde se haviam acampado durante largos meses, antes de construírem suas casas. Esta ocorrência, no entanto, não fez o trabalho parar, pelo contrário, construíram naquela área uma escola e continuaram a pregar o evangelho, mesmo sem ter frutos muito visíveis, pois estes tardavam a aparecer.

 

No final dos anos 50 havia nesta missão três  missionários  americanos  uma enfermeira inglesa (Ires Floide do Nascimento) e uma professora diplomada para o ensino primário elementar, para além dos auxiliares locais. Na sede havia uma escola que nos anos 1957-1958 foi frequentada por cerca de 60 alunos do ensino de adaptação e da 1ª, 2ª, e 3ª classes do ensino primário. A frequência média no início de cada ano lectivo era de 100 alunos. Como complemento ao ensino primário e rudimentar, os alunos aprendiam também noções de agricultura. Em Cainda e Lóvua, havia também postos escolares, servidos por professores locais.

 

 

2.8 - A Missão de Kazombo

 

A missão de Kazombo deu início entre 1894 a 1899, fruto da mudança para aquele local, do casal Fisher (Americanos) e de mais um grupo de novos missionários. Ali construíram várias casas e um posto médico.

 

Este grupo de missionários se deslocava de aldeia em aldeia, pregando o evangelho e prestando ajuda médica e medicamentosa às populações. Nela havia também uma escola em que se ministrava o ensino de adaptação e primário elementar, cujo número de alunos em 1957 não excedia os 50, segundo estatísticas enviadas às autoridades governamentais. Como fruto deste trabalho, muitos foram convertidos. Apesar de não acharmos fidedignas, afirma-se que o número de crentes filiados a esta missão era apenas de 200, em 1957.

 

 

 

2.9 - A Missão de Kalunda

 

Em 1905, o Dr. Fisher em colaboração com o Sr. Cunningham empreenderam uma longa viagem, procurando encontrar áreas ainda não alcançadas com o evangelho. Foi assim que o casal Cunningham sentiu-se chamado para trabalhar em Kalunda, uma região do Zambeze, juntando-se a eles mais tarde o Sr. Nigel, filho de Frederick Arnot. Havia nesta missão seis missionários Ingleses. A missão mantinha em funcionamento uma escola com cerca de 107 alunos em 1957 e um dispensário para pequenos curativos. O número de membros, não excedia os 200 em 1959.

 

A época de implantação desta missão coincide com a descoberta do quinino, como um anti palúdico e de lá para frente foram poucos os missionários vítimas desta doença, que muitos estragos causara em anos anteriores.

 

 

3.1 - A Missão de Luonze

 

Em 1918, o evangelho se estendeu ao Luonze, região de Saurimo, província da Lunda Sul, com a ida àquela localidade de vários missionários. Só mais tarde, no entanto, Fred Hallett fixou residência naquela região.

 

Esta missão tinha como director um sul - africano, casado com uma norte americana, que era enfermeira - parteira diplomada. Esta ocupava-se do dispensário, que representava a única instituição assistencial adstrita à missão. Aqui não havia médicos, mas possuía uma leprosaria de sanzala, aonde eram atendidos algumas dezenas de leprosos. Tinha também uma escola na sede, onde era ministrado apenas o ensino rudimentar ou de adaptação. Esta escola era muito pouco frequentada e era servida por professores locais.

 

Não se dava um ensino oficial, nem agrícola. No entanto, haviam sido criados três postos escolares e havia previsões de um significativo aumento dos serviços, caso a situação no país não se deteriorasse. O número de crentes desta missão era computado em aproximadamente 1000.

 

 

3.2 - A Missão de Boma

 

O trabalho entre os Chokwe começou em Boma, com a ida para aquela localidade dos irmãos Thomas Louttit e William Maitland, que fizeram uma viagem do Bié para lá. Boma situava-se a cerca de 25 Km da Vila luso (Luena) e foi fundada em 1904. Estes missionários eram solteiros e confeccionavam seus próprios alimentos, recolhiam sua própria lenha, coisa que admirou os nativos. Em Outubro deste mesmo ano, juntou-se a eles o casal Agard de Guiana e em Janeiro de 1905 o Dr. Morey fixou-se ali, onde trabalhou durante quatro anos.

 

Mais tarde surgiram os Srs. Mclaren e Wisman. Estes andavam de aldeia em aldeia aprendendo a língua e ao mesmo tempo transmitindo o evangelho. Eram homens muito amorosos e respeitosos. Aos Sábados saíam a convidar as pessoas para se reunirem no Domingo. Naquela altura, Boma era apenas uma mata. As populações viviam em aldeias mais ou menos próximas. Os que se convertiam deste trabalho acabavam por construir suas casas nos arredores da missão. Foi desta maneira que todas as missões foram povoadas, constituindo-se em aldeias protestantes, como considera Henderson em seu livro “A Igreja em Angola”.

 

É neste período de grande tenção político/social que a conversão de Sakachokwe se tornou um grande factor impulsionador para o progresso do evangelho, pois ele tinha liberdade de movimento. Sendo um dos primeiros a aprender a ler e escrever e devido a sua profissão de carpinteiro e pedreiro, que o tornaram conhecido na região, Sakachokwe andou de aldeia em aldeia pregando o evangelho e tinha grande aceitação no seio do seu povo.

 

Em 1916 chegou a Angola o Sr. Griffths, e se instalou em Boma, onde imediatamente começou a aprendizagem da língua chokwe. Por perceber a necessidade que havia de literatura, Griffiths, mesmo não tendo grande instrução na área de impressão, abriu uma tipografia, onde começou a imprimir livrinhos, folhetos, lições para instrução aos anciões e lições para a escola bíblica dominical. Esta tipografia era muito potente, atendendo a tecnologia daquele tempo, tendo a capacidade de imprimir, cortar e encadernar (colar) mais de 500 páginas em pouco tempo. Com o passar do tempo, Boma se tornou um grande centro de abastecimento de literatura não só para Angola, mas para outras partes da África central.

 

Uma das estratégias dos missionários ali foi a compra de produtos das populações, principalmente mel, e depositavam em grandes armazéns. Em época de fome, eles distribuíam esta alimentação para o povo e assim foram atraindo muita gente. Segundo testemunho de Samapaze, um dos angolanos filhos daquela missão, o que mais atraía o povo era o amor daqueles irmãos.

 

No capítulo social, Boma tinha uma escola na sede, dotada com um professor europeu (diplomado), e, além disso tinha outros cerca de vinte postos escolares moldados ao estilo africano, onde se ensinava também a Bíblia, por professores não diplomados. Em 1957-1958 haviam matriculados nas diversas escolas desta missão 670 alunos que frequentavam o ensino elementar e de adaptação.

 

Em Boma havia também uma obra médica que prestava algum apoio às populações, mas somente em 1930, com a chegada do Dr. Leslie Bier de Canadá, foi construído um hospital de maior dimensão, abrindo-se um espaço para atendimento aos leprosos. O Sr. Mitland era um dentista muito competente e atendia também os pacientes nesta área.

 

Conforme afirmou Gonçalves, Boma “possuía um bom hospital, sem dúvida o melhor da região. Tem também um hospital dos indígenas menos evoluídos. Há no hospital principal um médico muito competente e de grande fama nas redondezas.”

 

 

Lamentavelmente, devido à guerra, em 1966, a obra médica viu-se obrigada a parar, e mais tarde, aviões provenientes do Zimbabwe destruíram por completo a missão, já que, após a saída dos missionários, os guerrilheiros do MPLA tomaram a missão usando-a como centro de treinamento dos seus militares e também de um grupo de guerrilheiros da Rodésia do Sul, actual Zimbabwe, conforme testemunharam as nossas fontes contactadas.

 

3.3 - A Missão de Luma – Cassai

 

Luma - Cassai fazia parte do posto de Dala, conselho de Saurimo, Lunda Sul. Esta área foi atingida com o evangelho em 1908, com a deslocação para aquela localidade do Sr. Cuthbert Taylor, sua esposa, Nellie, na companhia de Lillian Boggess, ambas enfermeiras, após um tempo de trabalho em Cazombo. Tayler é descrito por várias pessoas que o conheceram como um irmão muito amoroso.

 

Outros missionários que passaram por aí foram: David Long, Jorge Wisman, Marjorie Beckwith, Roy Wood, este último um grande evangelista itinerante que andou por quase toda a região das Lundas Norte e Sul, Moxico e a parte leste de Malange.

 

Na sede, a missão possuía um templo, uma escola, um posto de socorros, com uma sala de operações bem apetrechada, onde funcionavam médicos da missão de Boma. Tinha também uma leprosaria. Na escola de Luma trabalhavam três professores dos quais dois eram portugueses nascidos em Angola. Nesta escola e em outras oito, localizadas em áreas circunvizinhas, eram ministrados o ensino de adaptação, o ensino primário elementar e o ensino geral, inicialmente apenas na língua chokwe e só mais tarde passaram a ensinar na língua portuguesa, devido a exigência das autoridades.

 

Em 1948/49 David Long (apelidado de Sacambamba) construiu uma escola Bíblica onde estudavam jovens vindos de várias áreas. Esta escola foi um factor de grande avanço para o evangelho pois os alunos ali formados eram depois enviados para o trabalho de evangelização e implantação de igrejas. De entre os vários alunos podemos citar os irmãos Samuel Ribeiro, Bravo, Tiago Lutembo, Costa e muitos outros.

 

 

 

3.3 - A Missão de Biula

 

A missão de Biula surgiu em 1917, trinta e três anos após a implantação do movimento em Angola. O primeiro missionário a ir para aquela missão foi o Sr. Louttit. Em 1920 juntou-se a ele o Sr. Malcolm Mcjannet e mais tarde o casal Wiseman. Em 1953 D. Beck saiu de Luma – Cassai e se juntou à D. Doris em Buila, trabalhando ali também como enfermeira e de lá só saíram em 1984 para Luanda devido a degradação da situação político/militar.

 

Esta missão dispunha de uma maternidade, uma escola na sede, destinada ao ensino primário elementar, ensino geral e de adaptação, oficinas de carpintaria e residências. A grande dificuldade nesta área era a fraca aderência à escola, uma vez que os pais mostravam pouco interesse em deixar que os filhos fossem às aulas.

 

Comenta-se que não só nesta missão mas em quase toda a região chokwe, os pais exigiam pagamento para que seus filhos fossem autorizados a ir à escola. Segundo nos confirmou Samapaze, tal atitude deveu-se ao facto de os pais considerarem que os filhos, uma vez colocados na escola se tornariam mercadoria para o enriquecimento dos brancos.

 

O dispensário também funcionava com muitas deficiências. As oficinas, embora se reconheça a sua utilidade, eram precárias. Havia ainda uma escola Bíblica dirigida por D. Doris Pitman. Em 1982 D. Ruth Hadley juntou-se a ela, já num tempo em que a guerra se intensificava e a segurança se tornava ameaçada, pelo que tiveram de abandonar o local em 1984.

 

 

3.4 - A Missão de Chiumbwe e Peso

 

O trabalho nesta localidade foi iniciado em 1919 com a ida para aquela localidade do irmão Robert Mclaren e sua esposa. Trabalharam nas proximidades do Rio Chiumbwe até 1927, quando, por razões de saúde foram obrigados a se fixar em Peso, uma localidade mais próxima de Biula. Tem-se menção de muitos irmãos convertidos ali, como fruto daquele trabalho, mas as estruturas ali existentes não nos dão tanta liberdade de chamar aquela área de missão, se comparada com as primeiras estações missionárias estabelecidas.

 

Alguns livros consultados fazem menção de Peso como uma missão sucursal ou filial. Segundo fontes contactadas Peso era uma missão muito pequena, sem escolas nem hospitais. Por este facto chegou mesmo a ser fechada, já que os missionários ali colocados tinham um ministério itinerante, indo até as regiões do Congo Democrático, o que deixava os portugueses desconfiados das suas verdadeiras intenções. Mais tarde porém, com a intervenção de missionários de outras missões mais conceituadas, a missão de Peso foi reaberta.

 

 

3.4- Missão de Nhama e Camundambala

 

Nhama é uma zona circunscrita a cidade de Saurimo. Foi a mais recente de todas as missões dos irmãos e, provavelmente a que mais polémica causou e tem causado para as igrejas dos irmãos, devido as várias filosofias dos missionários que por ali passaram. Esta missão quando foi instalada, já o evangelho havia chegado em Saurimo.

Tudo começou no princípio dos anos 30, através de alguns elementos da tribo Muambulo que se haviam deslocado para a missão de Boma, mais de 300 Km de Saurimo. Ali aprenderam a ler e receberam o evangelho. Posteriormente voltaram para Mufeji onde transmitiram o evangelho e fundou-se uma igreja. A partir daí, levaram o evangelho para Chihunda, sua terra natal, que dista a cerca de 5 Km de Saurimo. Os primeiros convertidos deste trabalho foram levados para Mufeji, a fim de serem baptizados. Esta igreja era liderada por elementos de uma só família.

 

Mais tarde apareceu naquela área o missionário Robert Mclaren, e achou não ser bom que elementos da mesma família governassem uma igreja. Assim, sugeriu que alguns fossem com ele para outra localidade. Assim, Simão Chicala ficou em Mwangueji, Tiago ficou em Chihunda, Noé, Lucas e Artur foram com o missionário para Nhama. Em 1936 Donald Mcleod construiu uma residência para si em Nhama, juntando-se a ele, mais tarde Crawford Allison. Esta estacão missionária passou a ser uma base para a evangelização em outras localidades.

 

Por se tratar de uma zona próxima da cidade e prevendo o crescimento urbano, os missionários preferiram abandonar a área em 1942 fixando-se em Camundambala, a cerca de 10 Km de Saurimo, anterior Henrique de Carvalho. Outras razões que originaram a mudança foram a escassez de água no local, que dificultava a criação dos bois que eles possuíam, os abusos ao pessoal ligado à missão por parte dos soldados, bem como o desejo de não se misturar com as pessoas da cidade. Nhama nunca teve estruturas dignas de realce. Tinha apenas uma capela de capim.

 

Em Camundambala foi construído um templo, uma escola onde se ensinava até a 4ª classe, um internato, um pequeno posto médico. A escola atendia também alunos vindos de toda a Lunda Norte, uma vez que naquela região só se ensinava até a 2ª classe. Os pais tinham de mandar seus filhos a Camundambala para concluírem a 4ª classe.

 

A maior estrutura que havia naquela missão era a leprosaria, construída pelo missionário Mclaren. Esta era constituída por um grande acampamento onde viviam muitos pacientes. As primeiras casas eram de pau a pique e só mais tarde foram construídas casas definitivas, que até hoje permanecem intactas e em funcionamento. Boa parte dos enfermeiros que ali trabalhavam eram funcionários do governo e se deslocavam de Saurimo para Camundambala.

 

Para uma rápida evangelização daquela região e também de áreas pertencentes a província da Lunda Norte e Malange foram divididas as áreas de responsabilidade evangelística. Os irmãos Sanhanga e Chico Timoteu ficaram em Nhama e estavam virados para as áreas de Cacolo, Camaxilo, Cuango, Chacassau, Mona Kimbundu, etc. Noé e Artur foram colocados em Camundambala.

 

Os irmãos Samucuma, Simão Chicala foram encarregues de orientar a evangelização em Lubalo, Dundo, Camaxilo, Kuilu, Luangue, em companhia do missionário Jorge. O irmão Agostinho Hushi foi colocado nas áreas de Muvuleji, Mukonda, Chiluaji, Cassai, na companhia do missionário Mcleod. Outras áreas atingidas foram Cacolo, Mona Kimbundu, Luangue, Chinje, Chamuteba, Kapenda, Kuilo, Lukapa, Kalunda, Kamissombo, Kambulo e em quase toda a extensão da Lunda Sul e Lunda Norte.

 

O treinamento dos líderes locais era realizado regularmente através de seminários e encontros de capacitação, nos quais participavam líderes de diversas áreas

 

 

 

 

 

3.4 - Factores da Rápida Implantação de Igrejas

 

(1) A evangelização nestas áreas foi possível graças a dedicação de muitos nacionais, que contagiados pela abnegação dos missionários, saíram destemidamente, dispostos a suportar todas as dificuldades e adversidades para levar o evangelho para os seus concidadãos. Ao evangelizar sempre a primeira coisa que faziam era com

autoridades locais explicando a causa da sua missão. Não foi fácil o trabalho, mas com persistência muitos foram sendo alcançados.

 

(2) Em todas estas caminhadas os nacionais não contavam com qualquer apoio financeiro ou material. Algo que ajudou todas estas caminhadas é a hospitalidade característica dos povos africanos em geral e de Angola em particular. Os evangelistas saíam sem comida, sem provisão para a caminhada, mas em qualquer aldeia que chegassem eram recebidos e tinham todo o suporte principalmente em alimentação e abrigo. Graças a esta hospitalidade o evangelho foi andando.

 

Esta virtude dos angolanos foi um ponto impulsionador para o progresso do evangelho.

 

(3) Outro factor digno de realce é a forma de saudação dos povos destas regiões. As pessoas ao se encontrarem não se limitavam a um simples bom - dia. A saudação é tão complexa e extensa, envolvendo uma narração de todos os acontecimentos dignos de realce na vida dos visitantes e dos visitados. Assim, mesmo na saudação, os evangelistas aproveitavam contar as maravilhas de Cristo e do seu evangelho nas suas vidas e nas vidas de outros. Desta forma muitos eram alcançados.

 

(4) Um quarto aspecto que vale a pena realçar é a facilidade do povo chokwe e umbundu se movimentar de um lado para o outro.

 

(5) O orgulho dos chokwe pela sua tribo também era um factor impulsionador para a evangelização pois, para eles, era imprescindível que todos os filhos daquela tribo recebessem esta mensagem revolucionadora para que a unidade como povo permanecesse.

 

(6) Por outro lado, os chokwe sempre gostam de aparecer, chamar para si um grande protagonismo. Pregar para eles é um grande orgulho, pois desta forma podiam ser conhecidos e respeitados. Todos estes defeitos e virtudes contribuíram de alguma forma para que o evangelho andasse rapidamente por aquela região.

 

(7) Não nos devemos esquecer também que a vinda maciça de missionários para o país deu grande impulso a expansão do evangelho e a implantação de missões. Provavelmente as missões dos irmãos estão entre as que mais missionários receberam. Tudo isto deve-se ao seu início, pois como vimos houve desde o princípio entre os fundadores uma visão missionária muito grande.

 

 

 

 

 

Conclusão

 

Concluindo podemos dizer que até finais dos anos 50 o evangelho andou em torno das missões, com grande envolvimento de missionários vindos de várias partes do mundo, bem assim como muitos nacionais que com bravura souberam corresponder ao chamado do Senhor da seara.

 

O quadro abaixo apresentado ilustra a rápida implantação de estações missionárias e igrejas bem como nos mostra o seu posicionamento territorial.

 

 

Nome da Missão
Província
Data Implantação
1
Base de Kuanjulula
Bié
1889
2
Missão de Chilonda
Bié
1893
3
Missão de Kazombo
Moxico
1894
4
Missão de Hualondo
Bié
1895
5
Missão de Boma
Moxico
1904
6
Missão de Kapango
Bié
1905
7
Missão de Kalunda
Moxico
1905
8
Missão de Luma - Kassai
Lunda - Sul
1908
9
Missão de Biula
Lunda - Sul
1917
10
Missão de Luonze
Moxico
1918
11
Chihumbue/Peso
Lunda - Sul
1919
12
Missão de Chitau
Bié
1920
13
Missão de Monte Esperança
Bié
1925
14
Missão de Chitutu
Malange
1927
15
Missão de Nhama/Camundambala
Lunda - Sul
1936

 

 

 

Devemos realçar que quase todos os missionários que vieram para o nosso país eram formados em varias áreas, principalmente em medicina, agronomia, pedagogia e possuíam uma boa formação bíblica ou teológica, que os permitiu fazer uma leitura geral da situação do país e contornar com relativa facilidade as dificuldades com que se deparavam.

Também podemos realçar que o grande contributo das igrejas dos irmãos não foi só na área da educação, mais também na medicina, e actualmente possui em diversas províncias do nosso país  várias escolas,centro de formação profissional e centros de saúde, na província do Moxico possui uma clínica, um orfanato, um centro de formação profissional e uma escola de imformática, na província do Bié possui mais de 40 escolas, um orfanato, vários postos de saúde, um centro de formação profissional e uma escola de imformática, na província da Lunda Sul, possui centro de saúde e escolas primárias,na província de Luanda, possui uma clínica e escolas de formação de promotores de saúde, Alto  Zambeze, possui escolas e 4 postos de saúde.

 

 

 

BIBLÍOGRAFIAS

 

Gonçalves José  Júlio.Protestantismo em África. Vol.1.p.107.

Eduardo Dos Santos. Regiões de Angola.p. 270.

Lawrence W. Henderson. A Igreja em Angola.p.67,68.

Fredk A. Tatford. Frederick Stanley Arnot.p2.5.

Aquivos Da igreja.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ANEXOS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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