República DE ANGOLA
MINISTÉRIO
DO ENSINO SUPERIOR CIÊNCIA E TECNOLOGIA
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO CATÓLICO DE
BENGUELA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
TRABALHO DE HISTÓRIA DA PEDAGOGIA
TEMA:
IGREJA
EVANGÉLICA DOS IRMÃOS EM ANGOLA (IEIA), SUA CONTRIBUIÇÃO NO RAMO DA
EDUCAÇÃO
Elementos
Do Grupo:
1. Cecília Ndombwela
2. Claudina Da Conceição F. Ernesto
3. Helena Joana Chipepi
4. Marieta Malesso
5. Rosa Nana Arnaldo
6. Suzana Ngueve De Carvalho
Docente
Mestre António Jinja
Lobito, Setembro de 2012
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO CATÓLICO DE BENGUELA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
TRABALHO DE HISTÓRIA DA PEDAGOGIA
TEMA:
IGREJA
EVANGÉLICA DOS IRMÃOS EM ANGOLA (IEIA), SUA CONTRIBUIÇÃO NO RAMO DA EDUCAÇÃO
Elementos
do Grupo:
1.Cecília
Ndombwela
2.
Claudina Da Conceição F. Ernesto
3.Helena
Joana Chipepi
4.Marieta
Malesso
5. Rosa
Nana Arnaldo
6. Suzana
Ngueve De Carvalho
Docente
Mestre António Jinja
Lobito, Setembro de 2012
Agradecimentos
Á Deus pelo
dom da vida,sabedoria e inteligencia,ao mestre António Jinja
incentivador do saber.
Agradecemos também ao Pastor Hermenegildo Kâmbua Da
Costa Pinto,homen de visão admirável que desde a primeira hora colocou os seus
recursos em favor da nossa formação.
Aos nossos famíliares e amigos pelo apoio
incondicional que nos têm dado, o nosso reconhecimento.
Dedicatória
Dedicamos
o nosso trabalho especialmente ao Pastor
Hermenegildo Kâmbua Da Costa Pinto, pela dedicação e paciência e por nos ter ajudado
incondicionalmente, aos nossos famíliares e amigos, que tudo têm feito para
tornar possível o sonho de nos ver formados.
Pensamento
“O
missionário, consciente da sua chamada, só tem uma escolha: “ir”, seja homen ou
mulher, venha a vida ou a morte”
Frederick Arnot
ÍNDICE
1.Capítulo I INTRODUÇÃO...............................................................6
2.CAPÍTULO II
DESENVOLVIMENTO..........................................7
2.1LISTA DE
ABREVIATURAS.........................................................7
2.3As
Principais Missões da Igreja dos Irmãos...................................9
2.3 Missão de
Chilonda.........................................................................9
2.4 Missão de
Hualondo.......................................................................10
2.5 Missão de
Kapango........................................................................11
2.5 Missão de
Chitau............................................................................11
2.5 Missão de
Monte Esperança.........................................................11
2.6 Novas
Metodologias.......................................................................12
2.6 Missão de
Chitutu..........................................................................12
2.7 Missão de
Kavungo........................................................................13
2.8 Missão de
Kazombo.......................................................................14
2.9 Missão de
Kalundo.........................................................................15
3.1 Missão de
Luonze...........................................................................16
3.2 Missão de
Boma.............................................................................17
3.3 Missão de
Luma Cassai.................................................................18
3.3 Missão de
Biula..............................................................................18
3.4 Missão de
Chiumbwe e Peso.........................................................19
3.4 Missão de
Nhama Camundambala...............................................19
3.5 Factores
da Rápida implementação de Igrejas...........................20
4.
Conclusão.......................................................................................21
4-1
Biblíografia..................................................................................22
4.2
Anexos............................................................
Capítulo I
Introdução
Há 125
anos o movimento dos irmãos chegou á
Angola, trazido por Frederick
Stanleiy Arnot. As principais marcas das
assembleias dos irmãos:
1. Um
compromisso sério com a palavra de Deus, dsde os seus primórdios foi sendo
conhecida como a Igreja da palavra.
2.Compromisso
profundo com missões.É das denominações que mais missionarios ja mandou para
todo mundo. O movimento dos irmãos esta presente em mais de cem países do mundo
incluindo regiões dificeis como Israel , Iraque, China, Índia.
O
movimento dos irmãos chegou em Angola em 1884, por intérmedio do jovem
Frederick Stanleye,devido ao acordo Committe que destribuía áreas de
responsablidades às diferentes denominações Evangélica, os Irmãos ficaram com
parte de Malanje e todo o leste do país.
Desde a
sua fundação conheceu város periódos: O
periódo missionário de 1884 a 1975, considerado o
periódo de alicerçamento, ficou marcado pelo estabelecimento de 16 estações
missionárias e mais de 90 igrejas locais, os missionários eram provenientes de
diversos países, as missões eram totalmente autonomas mesmo que existisse certa
cooperação entre elas.
Periódo
pós missionário de 1975 a
1992 foi marcado pela saída inesperada dos missionários por força das guerras
de libertação nacional, a igreja dos irmãos foi reconhecida em 1992 (DECRETO EX. 14/92 de 10 de Abril), surgindo
a então a comissão Executiva nacional, actual Secretáriado Geral.
CAPÍTULO
II
Desenvolvimento
LISTA DE
ABREVIATURAS
IEIA – Igreja Evangélica dos Irmãos em Angola.
EBE – Escola Bíblica Emaus
N.T. – Novo Testamento
CMML –
Christian Mission
in Many Lands
FAMON – Fundo de Apoio a Missões e Obreiros
Nacionais
RDC – República Democrática do Congo
ISTEL – Instituto Superior de Teologia
Evangélica no Lubango
MPLA – Movimento Popular de Libertação de
Angola
IECA – Igreja Evangélica Congregacional em
Angola
IESA – Igreja Evangélica Sinodal em Angola
AEA – Aliança Evangélica de Na
III –
PERÍODO MISSIONÁRIO EM ANGOLA
3.1 -
Área de Responsabilidade Evangelística
Fig. 4 Mapa
etnolinguístico extraído do livro Angola: Povos e Línguas. As estrelas
assinalam os três principais grupos nos quais foram implantadas igrejas dos
irmãos.
Em
parte por força do acordo comity, o movimento dos irmãos ocupou-se de levar o
evangelho principalmente na região central do Bié, onde teve a sua origem, na
região Leste, que compreende as províncias do Moxico, Lundas Norte e Sul e na
região Sudeste de Malange.
O
acordo comity “era a divisão do território e atribuição de esferas de ocupação incluindo
a delimitação de fronteiras, por um lado, e a não interferência nos assuntos
dos outros, por outro.”
Assim,
três povos estavam dentro da esfera de atribuição dos irmãos, como sendo os
Umbundu, no Bié, os Ngangela no Moxico e os Lunda - Tchokwe, no Moxico e nas
duas Lundas. Outros subgrupos foram também abrangidos, como sendo os Luvale, na
ponta leste do Moxico, os Bángala, entre Malange e a Lunda Norte, os Songo, na
parte Sudeste de Malange e outros.
2.2- A Influência de David Livingstone
Na África
Austral, mais concretamente em Angola, o movimento dos irmãos só chegou
cinquenta anos após o seu início na Inglaterra e Irlanda, com a vinda de
Frederik Stanley Arnot, impulsionado pelas grandes descobertas de David
Livingstone.
David
Livingstone nasceu na Escócia em 1813. Apesar de não ter tido desde cedo a
oportunidade de ingressar na escola, devido a pobreza de seus pais, Livingstone
era amante da leitura e pelo auto - didatismo chegou a adquirir cultura
regular, de tal forma que conseguiu mais tarde a admissão para a universidade
de Glasgow, sem grandes dificuldades.
Devido
a guerra do ópio não conseguiu ir à China como era sua pretensão, pelo que
decidiu ir para África, encorajado por Robert Moffat.
Antes
de partir, recebeu seu diploma de médico. Em 1841 chegou à cidade do Cabo.
Depois de dois anos de aprendizagem sob orientação de Moffat, que veio a ser
mais tarde seu sogro, Livingstone caminhou cerca de trezentos quilómetros até
Mabotsa, onde fundou uma missão. Naquelas áreas fez algumas conversões e
realizou famosas jornadas que lhe deram nome.
3.1.1 - Frederic S. Arnot
Frederic
Stanley Arnot, o missionário pioneiro do movimento dos irmãos em Angola, nasceu
na Escócia em 1858, precisamente na altura em que Livingstone
regressara à Inglaterra para suas conferências e cresceu na vila de Hamilton, a
cidade onde vivia Livingstone e sua família. Nesta cidade Arnot teve a
oportunidade de conhecer o Dr. Livingstone, aos nove anos de idade, isto é em
1867. Neste contacto, tomou conhecimento da amargura do tráfico de escravos e
da cegueira espiritual de muitos africanos. Assim, se dispôs a ir à África
quando fosse adulto, para, segundo ele, ajudar Livingstone em seu trabalho.
No
princípio de 1884, Arnot visitou pela primeira vez Angola, na tentativa de
encontrar caminho para Garenganze, actual Shabá, R.D.C, onde pretendia
estabelecer uma base missionária. Em Janeiro deste ano, durante a sua
caminhada, encontrou-se com o comerciante português Silva Porto (o fundador da
província do Bié). Nesta altura Arnot encontrava-se em tão mau estado de saúde
que Silva Porto o persuadiu a juntar-se à sua caravana e a acompanhá-lo ao Bié
onde chegaram no mês de Julho.
Arnot era
uma pessoa simpática e de fácil comunicação. Por causa do seu carácter,
desenvolveu simpatia com várias personalidades influentes da época
Como
resultado desta incursão diplomática o rei com muitos rogos e pedidos de
desculpas solicitou que os missionários regressassem, ao Bailundo, o que
aconteceu alguns meses depois.
Foi
assim que, aos 9 de Maio de 1889 Arnot estava de regresso a Angola, trazendo
consigo um grupo de 13 missionários. Pouco depois da sua chegada à Benguela, um
dos elementos do grupo, o Sr. Robert John Johnstone, faleceu, tendo sido
enterrado no cemitério de Benguela, aos 7 de Agosto de 1889. Os outros
prosseguiram a viagem para o interior, caminhando a pé, expostos ao sol
ardente, enfrentando perigos de serpentes, e outros animais ferozes. A viagem
era muito demorada e cansativa. Por esta causa, várias doenças atacavam os elementos
do grupo e, como consequência, aos 19 de Outubro mais dois do grupo morreram,
nomeadamente os irmãos Thomas Morris e R. B. Gall.
Assim,
quando o segundo grupo de missionários chegou a Angola as portas estavam
“abertas” para um trabalho com maior liberdade, ainda que na prática não
faltavam alguns desentendimentos com as autoridades, fundamentalmente por
instigação dos líderes católicos. Seja como for, este veio a ser um factor
dinamizador para a implantação das missões dos irmãos.
Fig. 5 - Mapa Ilustrativo da disposição geográfica das missões dos irmãos
3.2 – As principais Missões Fundadas pelas Igrejas dos Irmãos e sua
Contribuições na área da Educação
2.3 - A Missão de Chilonda.
De
entre o pessoal missionário que existia nesta missão nos anos 60 se contavam o
seu director, o irmão Donald Cole, de nacionalidade americana, uma professora
em assuntos bíblicos, canadiana de nacionalidade, uma professora diplomada de
nacionalidade inglesa e duas enfermeiras parteiras diplomadas, também de nacionalidade
inglesa.
Nesta
missão também se encontravam a trabalhar três professores angolanos, dos quais
um estava habilitado a trabalhar com o ensino primário e dois com o ensino de
adaptação. Havia ainda sete monitores, que ministravam o ensino rural e matérias
bíblicas.
Esta
missão tinha três centros escolares, localizados em Chilonda, Canguengo (Vouga)
e Chingango, num total de 25 salas de aulas, para além de mais cerca de noventa
e quatro catequeses (Pontos de pregação). A acção evangelística desta missão se
estendia aos conselhos do distrito de Bié, Vouga, Andulo, Nhareia, Camakupa e
Nova Sintra.
Para
facilitar o acesso a estacão missionária foram feitas, com a ajuda dos nativos,
estradas que ligavam todas as aldeias com a missão, num raio de 25 Km . Nesta região, os pais
mostravam grande interesse pela alfabetização dos filhos e muita simpatia por
esta missão, que exercia uma intensa acção catequética, divulgando a doutrina
através de pregações e folhetos que eram lidos e interpretados por “catequistas”
ou pregadores com longa experiência, que trabalhavam sem qualquer remuneração.
Em
cerca de vinte sanzalas haviam escolas infantis pré – primárias. O grande
interesse pela formação dos filhos, aliado ao facto de se ter investido
fortemente na componente educação nesta missão, reflecte-se hoje, no facto de
que grande parte dos crentes escolarizados e com uma certa formação, dentro do
movimento dos irmãos, ser originária desta missão ou de outras próximas. Foi a
partir deste trabalho que mais tarde foram enviados alguns alunos para se
formar nas escolas do Dondi e Caluquembe, onde eram oferecidos cursos mais
especializados e muito mais profundos. Por este motivo, Chilonda é uma
referência obrigatória, quando se quer falar de formação de quadros no movimento
dos irmãos.
Para
além destas áreas, Chilonda era também um exemplo na formação profissional,
ministrando aulas sobre agricultura, com uma componente prática muito forte,
pois possuía um pomar muito bem cuidado, que servia de modelo. Em 1964
construíram-se novos edifícios em Canguengo e Chilonda com o intuito de
preparar carpinteiros, ferreiros e pedreiros.
O
templo erguido na missão era bastante grande, comportando cerca de 800 pessoas
e quase sempre estava cheio, principalmente em dias especiais. O número de
membros controlados pela missão em 1955 era estimado em 5500, sem incluir os
catecúmenos.
2.4 - A Missão de Hualondo
Hualondo
fazia parte do posto do Dondeiro, conselho de Andulo. Esta missão foi fundada
em 1895, pelo irmão Murrain e sua esposa, que haviam chegado de Demerara, uma
localidade da Jamaica. Eles rapidamente aprenderam a língua umbundu, porque
seus ancestrais eram da África Central e na área onde viviam, havia várias
pessoas de origem africana, que dominavam as línguas Luimbi, umbundu e Lunda.
Esta
missão chegou a ter em 1958, 8 sucursais, 48 pontos de pregação, 23 professores
indígenas e 48 catequistas. Infelizmente em 1959 o director desta missão,
canadiano de nacionalidade, saiu do país, deixando o trabalho com um nacional
e, imediatamente, a acção desta missão que chegou a ser muito importante com
escolas activas, serviços de enfermagem e um número acentuado de fiéis decaiu e
houve uma acelerada regressão do seu impacto naquela área. Devido às razões
acima citadas as outras missões não vieram em socorro desta que estava em clara
decadência.
2.5 - A Missão de Kapango
. A
missão de Capango chegou a ter no final dos anos 50, início da década de 60
cerca de seis missionários estrangeiros: Um director (Irlandês); uma
enfermeira; um director da escola da sede (Inglês); uma professora canadiana,
que falava muito bem o português; um instrutor de agricultura (Inglês) e uma
professora de lavores femininos e parteira (inglesa).
Esta
missão tinha uma posição importante na região, a julgar pelas catorze igrejas
locais e suas sessenta filiais, que surgiram ao seu redor, aonde funcionavam
postos escolares, mais de metade dos quais com ensino para nativos. Estes
postos eram servidos por missionários estrangeiros, por professores e por cerca
de quarenta catequistas. Apesar disso, havia pouco interesse pela
escolarização, por parte dos alunos e dos seus pais.
Esta
missão possuía ainda um dispensário onde eram tratados alguns leprosos, doentes
graves e parturientes, dispondo para este efeito de duas camas. A população
nativa via nestes serviços uma grande ajuda e só no ano de 1955 foram
realizados cerca de 7800 tratamentos.
2.5 - A Missão de Chitau
Chitau
foi a próxima base, estabelecida pelo Sr. John Edwin Bodaly, de origem
canadiana, em 1920. O seu pessoal era composto por canadianos (o director, o
subdirector, um superintendente e as esposas do primeiro e do último, ambas com
conhecimentos de enfermagem). Tinha também uma professora diplomada e alguns
monitores catequistas, todos de origem portuguesa.
Quanto
a sua extensão, esta missão tinha três sucursais em Samiamba, Liassapa e
Vipupo, uma escola na sede e postos escolares nessas povoações, nos quais
trabalhavam 3 professores recrutados localmente. Possuía para além disso outros
quarenta pontos de pregação, dirigidos por catequistas.
Devido
a sua forte inclinação para os trabalhos de agricultura, esta missão era
acusada de pouco interesse no doutrinamento, ou catequese, como era chamada
naquela altura. Os alunos cultivavam milho, feijão, soja, mandioca, ginguba,
hortaliças, batata, etc. Em 1959 registava cerca de 3000 fiéis.
2.5 - A Missão de Monte Esperança
Esta
missão era dirigida por um missionário canadiano, ajudado por sua esposa.
Possuía um médico e um enfermeiro também canadianos bem como uma professora
portuguesa. Tinha uma escola destinada ao ensino de adaptação e primário,
registando em 1957 cerca de 50 alunos. Os alunos aqui estudavam até a terceira
classe, sendo depois encaminhados para Chilonda para concluir a quarta classe.
Logo,
se pode depreender que o número de fiéis era bastante expressivo. O director da
missão era médico e percorria as sanzalas, fazendo tratamentos, ensinando
higiene e a Palavra de Deus. Na missão ensinava-se também carpintaria,
agricultura, artes e ofícios, costura e havia uma escola aonde se ensinava aos
nativos as formas de combate à lepra.
2.6 - Novas Metodologias
Esta
rápida expansão deveu-se ao facto de os missionários terem adoptado um
ministério itinerante, pregando, ensinando, ajudando os enfermos e ensinando as
crianças.
No
entanto, o decreto 77 do governo português, fez com que os missionários
mudassem de estratégias. Neste decreto, o governo português exigia que as
missões se preocupassem mais com a área social, principalmente com o ensino, em português. No
entanto, somente catequistas credenciados pelas autoridades estavam autorizados
a dar aulas e para o efeito precisavam passar por rigorosos exames orais e
escritos, obtendo, no caso de passarem, uma credencial.
Por
este facto, os missionários viram-se impulsionados a apostar mais na área da
saúde e da educação, o que lhes retirava o tempo necessário para as andanças
antes empreendidas. No entanto, por meio das obras sociais que começaram a ser
erguidas, muitas pessoas outrora não alcançáveis começaram a ser atingidas com
o evangelho, pois as suas necessidades os punham em contacto com os
missionários ou com o pessoal a eles ligados.
As
missões também se preocuparam com a tradução da Bíblia. Em todas as missões,
partes da Bíblia foram traduzidas para as línguas ou dialectos locais. Não era
um trabalho organizado e bem estruturado, mas, a sociedade bíblica do Canadá e
um grupo de tradutores americanos deram a sua ajuda.
Devemos
lembrar que este foi um período em que a tradução se tornou uma especialização
das missões, com o surgimento da linguística, onde organizações como o
Instituto Linguístico de Verão (ILV) e Associação Wicliff para a Tradução da
Bíblia (AWTB) se constituíram na mola impulsionadora para o progresso na área
da tradução.
2.6 - A Missão de Chituto
Foi
precisamente em 1923 que o irmão Ernest Wilson se entregou para servir ao
Senhor em Angola.
Depois de ter aprendido umbundu na missão de Hualondo, em
Abril de 1925 foi para o território dos bângala, na companhia do irmão Lance
Adcock e, de regresso, passaram por Chituto, onde um oficial português o
convidou para lá trabalhar. Assim, Wilson tinha de aprender a língua chokwe já
que em Chituto predominavam as línguas umbundu e chokwe, e, para tal efeito, em
Dezembro de 1926 deixou o Bié e foi para Luma - Cassai. Em Março de 1927, na
companhia de 13 nacionais da tribo chokwe, Wilson foi para Chituto, município
de Quirima, onde construiu uma casa.
2.7 - A Missão de Kavungo
Na
região do Alto Zambeze o evangelho chegou bem cedo, pois, como já narramos, a
amizade desenvolvida entre Arnot e a rainha Nana Candundo, criou certas
facilidades e, naquele local, foi fixada uma missão, que servia de trânsito
entre Bié e a República do Zaíre.
A
primeira missão da região foi Cavungo, situada a cerca de 360 Km da Vila Luso, actual
Luena.
Em
Outubro de 1891, o irmão Arnot apresentou os irmãos Bird e Fritz à rainha e
depois de cumprirem um ritual exigido por ela, receberam autorização de lá
ficar, tendo-se acampado durante três meses debaixo de uma árvore.
Em
1894, o Dr. Fisher e sua esposa chegaram para ajudar. Pouco tempo depois, os
filhos do casal Bird e mais tarde uma das filhas do casal Fisher acabaram por
falecer como consequência das frequentes doenças por que passaram, tendo sido
enterrados debaixo da árvore aonde se haviam acampado durante largos meses,
antes de construírem suas casas. Esta ocorrência, no entanto, não fez o
trabalho parar, pelo contrário, construíram naquela área uma escola e
continuaram a pregar o evangelho, mesmo sem ter frutos muito visíveis, pois
estes tardavam a aparecer.
No
final dos anos 50 havia nesta missão três
missionários americanos uma enfermeira inglesa (Ires Floide do
Nascimento) e uma professora diplomada para o ensino primário elementar, para
além dos auxiliares locais. Na sede havia uma escola que nos anos 1957-1958 foi
frequentada por cerca de 60 alunos do ensino de adaptação e da 1ª, 2ª, e 3ª
classes do ensino primário. A frequência média no início de cada ano lectivo
era de 100 alunos. Como complemento ao ensino primário e rudimentar, os alunos
aprendiam também noções de agricultura. Em Cainda e Lóvua, havia também postos
escolares, servidos por professores locais.
2.8
- A Missão de Kazombo
A
missão de Kazombo deu início entre 1894 a 1899, fruto da mudança para aquele
local, do casal Fisher (Americanos) e de mais um grupo de novos missionários.
Ali construíram várias casas e um posto médico.
Este
grupo de missionários se deslocava de aldeia em aldeia, pregando o evangelho e
prestando ajuda médica e medicamentosa às populações. Nela havia também uma
escola em que se ministrava o ensino de adaptação e primário elementar, cujo
número de alunos em 1957 não excedia os 50, segundo estatísticas enviadas às
autoridades governamentais. Como fruto deste trabalho, muitos foram
convertidos. Apesar de não acharmos fidedignas, afirma-se que o número de
crentes filiados a esta missão era apenas de 200, em 1957.
2.9 - A Missão de Kalunda
Em
1905, o Dr. Fisher em colaboração com o Sr. Cunningham empreenderam uma longa
viagem, procurando encontrar áreas ainda não alcançadas com o evangelho. Foi
assim que o casal Cunningham sentiu-se chamado para trabalhar em Kalunda, uma
região do Zambeze, juntando-se a eles mais tarde o Sr. Nigel, filho de
Frederick Arnot. Havia nesta missão seis missionários Ingleses. A missão
mantinha em funcionamento uma escola com cerca de 107 alunos em 1957 e um
dispensário para pequenos curativos. O número de membros, não excedia os 200 em
1959.
A época
de implantação desta missão coincide com a descoberta do quinino, como um anti
palúdico e de lá para frente foram poucos os missionários vítimas desta doença,
que muitos estragos causara em anos anteriores.
3.1 - A Missão de Luonze
Em
1918, o evangelho se estendeu ao Luonze, região de Saurimo, província da Lunda
Sul, com a ida àquela localidade de vários missionários. Só mais tarde, no
entanto, Fred Hallett fixou residência naquela região.
Esta
missão tinha como director um sul - africano, casado com uma norte americana,
que era enfermeira - parteira diplomada. Esta ocupava-se do dispensário, que
representava a única instituição assistencial adstrita à missão. Aqui não havia
médicos, mas possuía uma leprosaria de sanzala, aonde eram atendidos algumas
dezenas de leprosos. Tinha também uma escola na sede, onde era ministrado
apenas o ensino rudimentar ou de adaptação. Esta escola era muito pouco
frequentada e era servida por professores locais.
Não se
dava um ensino oficial, nem agrícola. No entanto, haviam sido criados três
postos escolares e havia previsões de um significativo aumento dos serviços,
caso a situação no país não se deteriorasse. O número de crentes desta missão
era computado em aproximadamente 1000.
3.2 - A Missão de Boma
O
trabalho entre os Chokwe começou em Boma, com a ida para aquela localidade dos
irmãos Thomas Louttit e William Maitland, que fizeram uma viagem do Bié para
lá. Boma situava-se a cerca de 25
Km da Vila luso (Luena) e foi fundada em 1904. Estes
missionários eram solteiros e confeccionavam seus próprios alimentos, recolhiam
sua própria lenha, coisa que admirou os nativos. Em Outubro deste mesmo ano,
juntou-se a eles o casal Agard de Guiana e em Janeiro de 1905 o Dr. Morey
fixou-se ali, onde trabalhou durante quatro anos.
Mais
tarde surgiram os Srs. Mclaren e Wisman. Estes andavam de aldeia em aldeia
aprendendo a língua e ao mesmo tempo transmitindo o evangelho. Eram homens
muito amorosos e respeitosos. Aos Sábados saíam a convidar as pessoas para se
reunirem no Domingo. Naquela altura, Boma era apenas uma mata. As populações
viviam em aldeias mais ou menos próximas. Os que se convertiam deste trabalho
acabavam por construir suas casas nos arredores da missão. Foi desta maneira
que todas as missões foram povoadas, constituindo-se em aldeias protestantes,
como considera Henderson em seu livro “A Igreja em Angola”.
É neste
período de grande tenção político/social que a conversão de Sakachokwe se
tornou um grande factor impulsionador para o progresso do evangelho, pois ele
tinha liberdade de movimento. Sendo um dos primeiros a aprender a ler e
escrever e devido a sua profissão de carpinteiro e pedreiro, que o tornaram
conhecido na região, Sakachokwe andou de aldeia em aldeia pregando o evangelho
e tinha grande aceitação no seio do seu povo.
Em 1916
chegou a Angola o Sr. Griffths, e se instalou em Boma, onde imediatamente
começou a aprendizagem da língua chokwe. Por perceber a necessidade que havia
de literatura, Griffiths, mesmo não tendo grande instrução na área de
impressão, abriu uma tipografia, onde começou a imprimir livrinhos, folhetos,
lições para instrução aos anciões e lições para a escola bíblica dominical.
Esta tipografia era muito potente, atendendo a tecnologia daquele tempo, tendo
a capacidade de imprimir, cortar e encadernar (colar) mais de 500 páginas em
pouco tempo. Com o passar do tempo, Boma se tornou um grande centro de
abastecimento de literatura não só para Angola, mas para outras partes da
África central.
Uma das
estratégias dos missionários ali foi a compra de produtos das populações, principalmente
mel, e depositavam em grandes armazéns. Em época de fome, eles distribuíam esta
alimentação para o povo e assim foram atraindo muita gente. Segundo testemunho
de Samapaze, um dos angolanos filhos daquela missão, o que mais atraía o povo
era o amor daqueles irmãos.
No
capítulo social, Boma tinha uma escola na sede, dotada com um professor europeu
(diplomado), e, além disso tinha outros cerca de vinte postos escolares
moldados ao estilo africano, onde se ensinava também a Bíblia, por professores
não diplomados. Em 1957-1958 haviam matriculados nas diversas escolas desta
missão 670 alunos que frequentavam o ensino elementar e de adaptação.
Em Boma
havia também uma obra médica que prestava algum apoio às populações, mas
somente em 1930, com a chegada do Dr. Leslie Bier de Canadá, foi construído um
hospital de maior dimensão, abrindo-se um espaço para atendimento aos leprosos.
O Sr. Mitland era um dentista muito competente e atendia também os pacientes
nesta área.
Conforme
afirmou Gonçalves, Boma “possuía um bom hospital, sem dúvida o melhor da
região. Tem também um hospital dos indígenas menos evoluídos. Há no hospital
principal um médico muito competente e de grande fama nas redondezas.”
Lamentavelmente,
devido à guerra, em 1966, a
obra médica viu-se obrigada a parar, e mais tarde, aviões provenientes do
Zimbabwe destruíram por completo a missão, já que, após a saída dos
missionários, os guerrilheiros do MPLA tomaram a missão usando-a como centro de
treinamento dos seus militares e também de um grupo de guerrilheiros da Rodésia
do Sul, actual Zimbabwe, conforme testemunharam as nossas fontes contactadas.
3.3 - A Missão de Luma – Cassai
Luma -
Cassai fazia parte do posto de Dala, conselho de Saurimo, Lunda Sul. Esta área
foi atingida com o evangelho em 1908, com a deslocação para aquela localidade
do Sr. Cuthbert Taylor, sua esposa, Nellie, na companhia de Lillian Boggess,
ambas enfermeiras, após um tempo de trabalho em Cazombo. Tayler é
descrito por várias pessoas que o conheceram como um irmão muito amoroso.
Outros
missionários que passaram por aí foram: David Long, Jorge Wisman, Marjorie
Beckwith, Roy Wood, este último um grande evangelista itinerante que andou por
quase toda a região das Lundas Norte e Sul, Moxico e a parte leste de Malange.
Na
sede, a missão possuía um templo, uma escola, um posto de socorros, com uma
sala de operações bem apetrechada, onde funcionavam médicos da missão de Boma.
Tinha também uma leprosaria. Na escola de Luma trabalhavam três professores dos
quais dois eram portugueses nascidos em Angola. Nesta escola
e em outras oito, localizadas em áreas circunvizinhas, eram ministrados o
ensino de adaptação, o ensino primário elementar e o ensino geral, inicialmente
apenas na língua chokwe e só mais tarde passaram a ensinar na língua
portuguesa, devido a exigência das autoridades.
Em
1948/49 David Long (apelidado de Sacambamba) construiu uma escola Bíblica onde
estudavam jovens vindos de várias áreas. Esta escola foi um factor de grande
avanço para o evangelho pois os alunos ali formados eram depois enviados para o
trabalho de evangelização e implantação de igrejas. De entre os vários alunos
podemos citar os irmãos Samuel Ribeiro, Bravo, Tiago Lutembo, Costa e muitos
outros.
3.3 - A Missão de Biula
A
missão de Biula surgiu em 1917, trinta e três anos após a implantação do
movimento em Angola. O
primeiro missionário a ir para aquela missão foi o Sr. Louttit. Em 1920
juntou-se a ele o Sr. Malcolm Mcjannet e mais tarde o casal Wiseman. Em 1953 D.
Beck saiu de Luma – Cassai e se juntou à D. Doris em Buila, trabalhando ali
também como enfermeira e de lá só saíram em 1984 para Luanda devido a
degradação da situação político/militar.
Esta
missão dispunha de uma maternidade, uma escola na sede, destinada ao ensino
primário elementar, ensino geral e de adaptação, oficinas de carpintaria e
residências. A grande dificuldade nesta área era a fraca aderência à escola,
uma vez que os pais mostravam pouco interesse em deixar que os filhos fossem às
aulas.
Comenta-se
que não só nesta missão mas em quase toda a região chokwe, os pais exigiam
pagamento para que seus filhos fossem autorizados a ir à escola. Segundo nos
confirmou Samapaze, tal atitude deveu-se ao facto de os pais considerarem que
os filhos, uma vez colocados na escola se tornariam mercadoria para o
enriquecimento dos brancos.
O
dispensário também funcionava com muitas deficiências. As oficinas, embora se
reconheça a sua utilidade, eram precárias. Havia ainda uma escola Bíblica
dirigida por D. Doris Pitman. Em 1982 D. Ruth Hadley juntou-se a ela, já num
tempo em que a guerra se intensificava e a segurança se tornava ameaçada, pelo
que tiveram de abandonar o local em 1984.
3.4 - A Missão de Chiumbwe e Peso
O
trabalho nesta localidade foi iniciado em 1919 com a ida para aquela localidade
do irmão Robert Mclaren e sua esposa. Trabalharam nas proximidades do Rio
Chiumbwe até 1927, quando, por razões de saúde foram obrigados a se fixar em
Peso, uma localidade mais próxima de Biula. Tem-se menção de muitos irmãos
convertidos ali, como fruto daquele trabalho, mas as estruturas ali existentes
não nos dão tanta liberdade de chamar aquela área de missão, se comparada com
as primeiras estações missionárias estabelecidas.
Alguns
livros consultados fazem menção de Peso como uma missão sucursal ou filial.
Segundo fontes contactadas Peso era uma missão muito pequena, sem escolas nem
hospitais. Por este facto chegou mesmo a ser fechada, já que os missionários
ali colocados tinham um ministério itinerante, indo até as regiões do Congo
Democrático, o que deixava os portugueses desconfiados das suas verdadeiras
intenções. Mais tarde porém, com a intervenção de missionários de outras
missões mais conceituadas, a missão de Peso foi reaberta.
3.4- Missão de Nhama e Camundambala
Nhama é
uma zona circunscrita a cidade de Saurimo. Foi a mais recente de todas as
missões dos irmãos e, provavelmente a que mais polémica causou e tem causado
para as igrejas dos irmãos, devido as várias filosofias dos missionários que
por ali passaram. Esta missão quando foi instalada, já o evangelho havia
chegado em Saurimo.
Tudo
começou no princípio dos anos 30, através de alguns elementos da tribo Muambulo
que se haviam deslocado para a missão de Boma, mais de 300 Km de Saurimo. Ali
aprenderam a ler e receberam o evangelho. Posteriormente voltaram para Mufeji
onde transmitiram o evangelho e fundou-se uma igreja. A partir daí, levaram o
evangelho para Chihunda, sua terra natal, que dista a cerca de 5 Km de Saurimo. Os primeiros
convertidos deste trabalho foram levados para Mufeji, a fim de serem
baptizados. Esta igreja era liderada por elementos de uma só família.
Mais
tarde apareceu naquela área o missionário Robert Mclaren, e achou não ser bom
que elementos da mesma família governassem uma igreja. Assim, sugeriu que
alguns fossem com ele para outra localidade. Assim, Simão Chicala ficou em
Mwangueji, Tiago ficou em Chihunda, Noé, Lucas e Artur foram com o missionário
para Nhama. Em 1936 Donald Mcleod construiu uma residência para si em Nhama,
juntando-se a ele, mais tarde Crawford Allison. Esta estacão missionária passou
a ser uma base para a evangelização em outras localidades.
Por se
tratar de uma zona próxima da cidade e prevendo o crescimento urbano, os
missionários preferiram abandonar a área em 1942 fixando-se em Camundambala, a
cerca de 10 Km
de Saurimo, anterior Henrique de Carvalho. Outras razões que originaram a
mudança foram a escassez de água no local, que dificultava a criação dos bois
que eles possuíam, os abusos ao pessoal ligado à missão por parte dos soldados,
bem como o desejo de não se misturar com as pessoas da cidade. Nhama nunca teve
estruturas dignas de realce. Tinha apenas uma capela de capim.
Em
Camundambala foi construído um templo, uma escola onde se ensinava até a 4ª
classe, um internato, um pequeno posto médico. A escola atendia também alunos
vindos de toda a Lunda Norte, uma vez que naquela região só se ensinava até a
2ª classe. Os pais tinham de mandar seus filhos a Camundambala para concluírem
a 4ª classe.
A maior
estrutura que havia naquela missão era a leprosaria, construída pelo
missionário Mclaren. Esta era constituída por um grande acampamento onde viviam
muitos pacientes. As primeiras casas eram de pau a pique e só mais tarde foram
construídas casas definitivas, que até hoje permanecem intactas e em funcionamento. Boa
parte dos enfermeiros que ali trabalhavam eram funcionários do governo e se
deslocavam de Saurimo para Camundambala.
Para
uma rápida evangelização daquela região e também de áreas pertencentes a
província da Lunda Norte e Malange foram divididas as áreas de responsabilidade
evangelística. Os irmãos Sanhanga e Chico Timoteu ficaram em Nhama e estavam
virados para as áreas de Cacolo, Camaxilo, Cuango, Chacassau, Mona Kimbundu,
etc. Noé e Artur foram colocados em Camundambala.
Os
irmãos Samucuma, Simão Chicala foram encarregues de orientar a evangelização em
Lubalo, Dundo, Camaxilo, Kuilu, Luangue, em companhia do missionário Jorge. O
irmão Agostinho Hushi foi colocado nas áreas de Muvuleji, Mukonda, Chiluaji,
Cassai, na companhia do missionário Mcleod. Outras áreas atingidas foram
Cacolo, Mona Kimbundu, Luangue, Chinje, Chamuteba, Kapenda, Kuilo, Lukapa,
Kalunda, Kamissombo, Kambulo e em quase toda a extensão da Lunda Sul e Lunda
Norte.
O
treinamento dos líderes locais era realizado regularmente através de seminários
e encontros de capacitação, nos quais participavam líderes de diversas áreas
3.4 - Factores da Rápida Implantação de Igrejas
(1) A
evangelização nestas áreas foi possível graças a dedicação de muitos nacionais,
que contagiados pela abnegação dos missionários, saíram destemidamente,
dispostos a suportar todas as dificuldades e adversidades para levar o
evangelho para os seus concidadãos. Ao evangelizar sempre a primeira coisa que
faziam era com
autoridades
locais explicando a causa da sua missão. Não foi fácil o trabalho, mas com
persistência muitos foram sendo alcançados.
(2) Em
todas estas caminhadas os nacionais não contavam com qualquer apoio financeiro
ou material. Algo que ajudou todas estas caminhadas é a hospitalidade
característica dos povos africanos em geral e de Angola em particular. Os
evangelistas saíam sem comida, sem provisão para a caminhada, mas em qualquer
aldeia que chegassem eram recebidos e tinham todo o suporte principalmente em
alimentação e abrigo. Graças a esta hospitalidade o evangelho foi andando.
Esta
virtude dos angolanos foi um ponto impulsionador para o progresso do evangelho.
(3)
Outro factor digno de realce é a forma de saudação dos povos destas regiões. As
pessoas ao se encontrarem não se limitavam a um simples bom - dia. A saudação é
tão complexa e extensa, envolvendo uma narração de todos os acontecimentos
dignos de realce na vida dos visitantes e dos visitados. Assim, mesmo na
saudação, os evangelistas aproveitavam contar as maravilhas de Cristo e do seu
evangelho nas suas vidas e nas vidas de outros. Desta forma muitos eram
alcançados.
(4) Um
quarto aspecto que vale a pena realçar é a facilidade do povo chokwe e umbundu
se movimentar de um lado para o outro.
(5) O
orgulho dos chokwe pela sua tribo também era um factor impulsionador para a
evangelização pois, para eles, era imprescindível que todos os filhos daquela
tribo recebessem esta mensagem revolucionadora para que a unidade como povo
permanecesse.
(6) Por
outro lado, os chokwe sempre gostam de aparecer, chamar para si um grande
protagonismo. Pregar para eles é um grande orgulho, pois desta forma podiam ser
conhecidos e respeitados. Todos estes defeitos e virtudes contribuíram de
alguma forma para que o evangelho andasse rapidamente por aquela região.
(7) Não
nos devemos esquecer também que a vinda maciça de missionários para o país deu
grande impulso a expansão do evangelho e a implantação de missões.
Provavelmente as missões dos irmãos estão entre as que mais missionários
receberam. Tudo isto deve-se ao seu início, pois como vimos houve desde o
princípio entre os fundadores uma visão missionária muito grande.
Conclusão
Concluindo
podemos dizer que até finais dos anos 50 o evangelho andou em torno das
missões, com grande envolvimento de missionários vindos de várias partes do
mundo, bem assim como muitos nacionais que com bravura souberam corresponder ao
chamado do Senhor da seara.
O
quadro abaixo apresentado ilustra a rápida implantação de estações missionárias
e igrejas bem como nos mostra o seu posicionamento territorial.
N°
|
Nome da Missão
|
Província
|
Data
Implantação
|
1
|
Base de Kuanjulula
|
Bié
|
1889
|
2
|
Missão de Chilonda
|
Bié
|
1893
|
3
|
Missão de Kazombo
|
Moxico
|
1894
|
4
|
Missão de Hualondo
|
Bié
|
1895
|
5
|
Missão de Boma
|
Moxico
|
1904
|
6
|
Missão de Kapango
|
Bié
|
1905
|
7
|
Missão de Kalunda
|
Moxico
|
1905
|
8
|
Missão de Luma - Kassai
|
Lunda - Sul
|
1908
|
9
|
Missão de Biula
|
Lunda - Sul
|
1917
|
10
|
Missão de Luonze
|
Moxico
|
1918
|
11
|
Chihumbue/Peso
|
Lunda - Sul
|
1919
|
12
|
Missão de Chitau
|
Bié
|
1920
|
13
|
Missão de Monte Esperança
|
Bié
|
1925
|
14
|
Missão de Chitutu
|
Malange
|
1927
|
15
|
Missão de Nhama/Camundambala
|
Lunda - Sul
|
1936
|
Devemos
realçar que quase todos os missionários que vieram para o nosso país eram
formados em varias áreas, principalmente em medicina, agronomia, pedagogia e
possuíam uma boa formação bíblica ou teológica, que os permitiu fazer uma
leitura geral da situação do país e contornar com relativa facilidade as
dificuldades com que se deparavam.
Também
podemos realçar que o grande contributo das igrejas dos irmãos não foi só na
área da educação, mais também na medicina, e actualmente possui em diversas
províncias do nosso país várias
escolas,centro de formação profissional e centros de saúde, na província do
Moxico possui uma clínica, um orfanato, um centro de formação profissional e
uma escola de imformática, na província do Bié possui mais de 40 escolas, um
orfanato, vários postos de saúde, um centro de formação profissional e uma
escola de imformática, na província da Lunda Sul, possui centro de saúde e
escolas primárias,na província de Luanda, possui uma clínica e escolas de
formação de promotores de saúde, Alto
Zambeze, possui escolas e 4 postos de saúde.
BIBLÍOGRAFIAS
Gonçalves José
Júlio.Protestantismo em África. Vol.1.p.107.
Eduardo Dos Santos. Regiões de Angola.p. 270.
Lawrence W. Henderson. A Igreja em
Angola.p.67,68.
Fredk A. Tatford. Frederick Stanley Arnot.p2.5.
Aquivos Da igreja.
ANEXOS